A Áustria, país vizinho à Alemanha, tem sua vinicultura bastante semelhante, devido principalmente à cultura comum e ao clima da região.

  A principal produção é de vinhos brancos, que representam 70% dos vinhedos, onde são cultivadas 22 variedades brancas oficialmente autorizadas.

  A produção de vinhos tintos cresceu para 30% do total, principalmente nos últimos anos.

 

  Os austríacos consomem 73% de seus vinhos, mas as exportações vêm crescendo nos últimos anos.

 

  Existem cerca de 20.000 produtores, a maioria pequenos, que vendem seu produto localmente. Mais da metade possui vinhedos de 5 hectares em média, o que é uma constante no país, mas se mostram aptos a exportar seus vinhos.

  A maior parte do vinho produzido na Áustria é de qualidade (Qualitätswein, equivalente a uma DOC), sendo alguns deles classificados entre os melhores do mundo.

  A vinicultura da Áustria está localizada na parte sul-este do país.

 

    Os altos Alpes dificultam a viticultura na sua face oeste, então a região austríaca produtora de vinhos fica naturalmente confinada na parte leste, região menos montanhosa. Na Europa central, a região produtora tem um clima continental, invernos frios com uma temperatura média de 5 graus Celsius negativos, e riscos de geadas tardias na primavera. Mas com influências climáticas das correntes do Atlântico vindas do oeste e do Mediterrâneo em direção ao sul, os verões austríacos na região produtora são mais quentes e mais secos do que se deveria esperar, e uma época de florescimento longa, quente e relativamente seca permite que determinados viticultores produzam vinhos fortes que possuem uma surpreendente quantidade de álcool. As varietais de amadurecimento tardio como as Riesling são freqüentemente colhidas em outubro e até mesmo no início de novembro. Dirigindo-se a oeste, Wachau registra a variação de temperatura diária mais alta da Áustria, com dias quentes e noites frescas que confere a seus vinhos acidez e aroma finos.

 

    Styria e Burgenland possuem os climas mais quentes com a maior incidência de luz solar por ano, e Styria a maior quantidade de chuvas de verão. Algumas áreas, especificamente em Weinviertel, recebem apenas cerca de 40 centímetros de chuva por ano e podem precisar de irrigação no verão. O mesmo geralmente acontece também em Burgenland (embora as neblinas de outono aqui ainda permitam o crescimento desejado de fungos na maioria dos anos).

 

    O sistema mais comum é o de cultura alta de Lenz Moser, onde as vinhas são cultivadas acima do solo a fim de se evitar geadas de primavera tardias. A maioria das propriedades dos vinhedos é pequena. A média é de 2 ½ acres (1 hectare), mas mais do que a metade de todos os cultivadores de vinhas possuem menos do que isso; portanto, é essencial que haja uma boa organização e cooperação entre eles. Apenas cerca de 7.000 donos de propriedades engarrafam os vinhos sob seus próprios nomes, embora todos devem contribuir para o serviço de propaganda de vinhos patrocinado pelo governo, uma agência centralizada que faz a promoção dos vinhos austríacos pelo mundo.

 

    Embora tanto as uvas tintas como as brancas sejam cultivadas, o clima da Áustria é mais indicado para as uvas brancas, que representam 80% da produção. As varietais nos vinhedos austríacos refletem a localização da Áustria no meio da Europa, com influências européias ao nordeste, leste e oeste. A mais importante de suas uvas brancas é a Grüner Veltliner, que compreende 36% de todo o plantio dos vinhedos. Na seqüência de qualidade (mas com apenas 3.850 acres, não quantidade) encontramos a Riesling, ambas na maioria das vezes produzidas no moderno estilo seco. Pinot Blanc (Weissburgunder), Pinot Gris (Grauburgunder) e Sauvignon Blanc também são utilizadas.

 

    Grüner Veltliner é facilmente produzida na Áustria e tem sido, tradicionalmente, o carro chefe nas casas de vinho (conhecidas como heurigen), nos subúrbios de Viena que servem comida simples e vinhos novos e comuns, geralmente das mais recentes safras, como uma forma agradável e típica de se passar uma noite de verão. Mas quando os vinhedos têm que reduzir a produção e as uvas podem amadurecer completamente, a Grüner Veltliner também pode ser transformada em vinhos fortes e de vida longa com grande qualidade e personalidade, com sabores e aromas picantes, frutados cítricos e de minerais, acentuados por aromas de tabaco e condimentos. Como outros vinhos austríacos, eles também têm maior teor alcoólico do que os vinhos alemães com os quais eles são geralmente comparados, atingindo 13% ou mais. O grau mais requintado dos Grüner Veltliners é quando eles se encontram totalmente encorpados, vinhos secos exóticos que combinam o corpo e a riqueza do vinho da Alsácia com os adoráveis aromas florais associados com os da Alemanha, e o equilíbrio da secura controlada e delicada do Loire.

 

    A uva branca Müller-Thurgau de mais baixa qualidade, aqui chamada de Riesling-Sylvaner, cobre a segunda maior parte das propriedades de vinhedos da Áustria. Ela pode ser agradavelmente aromática, mas com a ênfase moderna em vinhos finos, sua influência está diminuindo. Outras uvas brancas incluem a estonteante Welschriesling, a qual não tem relação com a verdadeira Riesling, mas que na Áustria faz vinhos muito bons; Chardonnay (aqui chamada Morillon); e as varietais Zeirfandler e Rotgipfler, especialidades de Gumpoldskirchen na área de Thermenregion. Muscat (Muskateller) e a Gewürztraminer são utilizadas para especialidades regionais.

 

    A maioria dos vinhos tintos austríacos depende das varietais regionais naturalmente adaptadas ao clima, com a maior parte vindo da área mais quente de Burgenland. Elas tradicionalmente têm a tendência de serem médias ou totalmente encorpadas, vinhos menos sérios, e raramente são exportadas devido a sua relativa escassez. Muitos apresentam caráter sólido, mas são menos respeitados do que os vinhos brancos.

 

    A uva tinta mais cultivada, surpreendentemente ocupando 10% do total da área do vinhedo, é a Zweilgelt (Blauer), que tem tanino moderado, bom caráter geral, e um bouquet característico de cerejas e chocolate nas melhores versões. Blaufränkisch, a segunda maior variedade cultivada, tem cor profunda e boa acidez, mas a melhor uva tinta austríaca é a St. Laurent, que se assemelha a Pinot Noir. Um St. Laurent fino será aquele que for completamente seco e ácido, com um bouquet complexo e levemente herbáceo com cor vermelha clara ou púrpura clara.

 

    Blauer Portugieser, uma outra uva nativa muito cultivada na Baixa Áustria, é a terceira varietal tinta mais popular, com a Blauer Wildbacher que é uma outra uva regional. Nos últimos anos, houve também a introdução da Pinot Noir, aqui conhecida como Blauer Spätburgunder e da Cabernet Sauvignon.

 

 

  

   A Áustria possui as seguintes regiões vinícolas:

 

- Burgenland

- Niederösterreich

- Steiermark (Styria)

- Wien (Vienna)