As estatísticas da OIV confirmam a importância da Argentina no cenário vinícola internacional: é o quinto maior produtor e o quinto maior consumidor mundial de vinhos.
Durante muito tempo, a quantidade superou a qualidade nos vinhedos argentinos, onde se adotava o cultivo de uvas de alto rendimento, porém de baixa qualidade (Criola Grande, Cereza, etc.), e um sistema de plantação arcaico. A alta produção de vinhos inferiores inundou a mesa das famílias argentinas que não se importavam com a qualidade da sua bebida do dia-a-dia . Nas décadas mais recentes, a vitivinicultura argentina passou a cultivar em maior escala uvas de espécies européias nobres, adotou modernas técnicas de cultivo e vinificação e, consequentemente passou a produzir vinhos de boa qualidade.
Embora o consumo per capita tenha diminuído, o consumidor argentino aumentou consideravelmente a produção e a exportação de grande número de vinhos de alta qualidade.
Terra do tango, de boas carnes e muitos vinhos, a Argentina está entre os cinco maiores produtores de vinho do mundo, com aproximadamente 210 mil hectares de vinhas plantadas, uma produção de três milhões de caixas anuais e exportação de 25% da sua produção. É e o quinto maior consumidor mundial de vinhos e já ocupou a quarta posição na década de oitenta.
Desde 1990, vem acontecendo lá um salto para a qualidade, com a importação de viníferas e investimentos em tecnologia. Com isso, tem chegado ao nosso mercado uma boa oferta de vinhos de qualidade, com uma relação custo/benefício atraente, graças aos benefícios do Mercosul.
A Argentina está prestes a se transformar em mais uma estrela no cenário vinícola mundial, fora do circuito europeu, tal como ocorreu com outros países do Novo Mundo, como o seu vizinho Chile, a África do Sul, a Austrália, os Estados Unidos e a Nova Zelândia.
Apesar da sua proximidade com os Andes, as regiões vitivinícolas argentinas, ao contrário do Chile, não ficaram imunes ao ataque da praga Phylloxera vastatrix e enfrentam a adversidade de um clima seco, o que demanda cuidado redobrado e a adoção de um eficiente sistema de irrigação.
A região de Mendoza é responsável por cerca de 70% de produção de vinho da Argentina, embora áreas frias e húmidas como a Patagônia no sul e Salta no extremo norte (a casa dos vinhedos mais altos do mundo com espantosos 3000m) são cada vez mais conhecidos, mesmo produzindo pequenas quantidades. Salta produz bons Cabernet Sauvignon e Torrontés, enquanto Patagônia particularmente Rio Negro produz brancos elegantes e tintos estruturados.